16.9.09

É Preciso Topete

Quem pensar que já viu e ouviu tudo, veja este vídeo e oiça bem, dura 1 minuto, a partir dos 4:20m (basta clicar em cima da legenda do vídeo e arrastar a barra dos minutos):



22.3.09

NOSTALGIA



Aqui frequentei o Curso Comercial - Escola Secundária D. Maria I - (só feminina) de 1956 a 1958.
Detestava a disciplina de Contabilidade!
E abominava carregar, com 12 anos, os enormes livros de "Diário" e "Razão", desde Sete Rios, passando a pé, da Estação do Rossio, subindo a Calçada do Carmo, Camões, até à Calçada do Combro.

Lembro-me de faltar muitas vezes à disciplina de Direito Comercial (bbrrrr) - nesses dias, ia à pastelaria do outro lado da rua, comprava uma bola de berlim e ia come-la para o miradouro do Adamastor, a ver o Tejo e os barcos.

Junto à porta principal estava uma "Contina" que despachava os rapazes mais atrevidos do Liceu Passos Manuel, com baldes cheios de água!



Esta era a porta da Secretaria e também de acesso às aulas da Mocidade Portuguesa - nunca me apanharam lá!

O vasto edifício - Palácio de Mesquitela - está em ruínas há muitos anos.
Hoje passei por ali e vi andaimes e vedação para obras mas não sei se o edifício e toda a enorme área envolvente é propriedade privada ou da C.M.L.

Vou estar atenta.

24.8.08

A JUSTIÇA E A INSEGURANÇA


Transcrito do blogue O JUMENTO - http://jumento.blogspot.com

É evidente que hoje há mais insegurança e que essa tendência é demasiado antiga para que se possam atribuir culpas ao actual ministro da Administração Interna. Essas responsabilidades deverão ser assumidas por todos, desde os que desculpabilizam os criminosos, dizendo que a culpa é do desemprego, aos que têm transformado as polícias num permanente laboratório de reorganização do Estado, passando pelos magistrados que parecem estar mais preocupados com a defesa das suas mordomias do que com a eficácia da justiça.


Mas se há mais insegurança isso não significa que a criminalidade tenha crescido em exponencial, nem sequer que as polícias tenham perdido a eficácia. É verdade que surgiram novos tipos de crimes, mas também o é que a comunicação social tende a ampliar o fenómeno aos olhos dos cidadão, um mesmo assalto é noticiado dezenas de vezes durante vários dias, mas se um gang for detido quase não é notícia, mesmo que tenham sido responsáveis por dezenas de assaltos noticiados pela comunicação social. Os ladrões vendem mais papel de jornal do que os polícias.


É também evidente que os criminosos perderam o medo dos cidadãos, dos polícias e dos magistrados, os cidadãos estão instruídos para não reagir, os polícias só podem usar as armas depois de serem atingidos e os magistrados parecem ser gestores de campos de férias prisionais. Os mesmos que noticiam as façanhas dos criminosos são os que escrevem editoriais contra os abusos policiais quando um polícia atinge um ladrão. Veja-se o caso do assalto ao BES, passado o assalto os jornais passaram a publicar reportagens sobre os ladrões, quase apresentando-os como cidadãos exemplares que estavam no banco por engano, enquanto se levantaram muitas vozes contra os snipers da PSP que puseram fim ao rapto.
Parece também ser claro que as recentes alterações da lei penal criou no meio dos criminosos um ambiente de impunidade, sabem que só se forem presos em flagrante delito os magistrados os mandam para a prisão, se assim não suceder podem continuar a roubar. De resto, se fizerem dez assaltos a pena é quase a mesma.


Mas também ficou evidente que muitos dos criminosos são libertados por iniciativa dos magistrados, ainda esta semana um perigoso criminoso foi libertado porque o juiz decidiu não fazer qualquer acusação, dois dias depois foi preso perante a indignação. Ainda recentemente dois assaltantes que balearam uma senhora numa bomba de gasolina não foram acusados do homicídio, decisão que foi alterada perante a indignação geral.


Se a lei não é perfeita, começa a ser evidente que há magistrados que estão mais empenhados em aproveitar a sua ineficácia do que em aplicá-la da forma mais eficaz possível. De resto, o Procurador-Geral parece estar mais preocupado em disputar competência, mantendo uma guerra contra o Governo, do que em combater a criminalidade.
Mesmo os políticos que não passam pelo poder, como é o caso do BE e do PCP, estão mais apostados em obter ganhos eleitorais do que em analisar o fenómeno. De resto passam o tempo a justificar os criminosos com a lenga lenga do desemprego, desculpabilizando-os ao apresentá-los como pobres desempregados que entraram na criminalidade para subsistirem.

Talvez seja tempo de todos assumirem as responsabilidades e enfrentarem o fenómeno a pensar na segurança dos cidadãos e não na obtenção de ganhos eleitorais ou na recuperação das mordomias corporativas.

23.7.08

Estou mais por aqui
Alfragidexxi.blogs.sapo.pt
quando tenho paciência...

30.9.07


Só O Jumento escreve assim http://jumento.blogspot.com/


Com um esmagadora maioria dos militantes com as quotas por pagar, que escolhem um candidato a primeiro-ministro com os mesmos critérios com que escolheriam o presidente do Estrela da Amadora, o resultado das directas do PSD era irrelevante. Foram em tudo semelhantes àquilo a que assistimos no mundo da bola, o estereótipo dos militantes do PSD é o do adepto da bola, os presidentes das comissões de honra são apresentados como futuros treinadores e os notáveis correspondem às aquisições prometidas para o próximo campeonato.Luís Filipe Menezes ganhou sem surpresa, da mesma forma que não seríamos surpreendidos se tivesse ganho Marques Mendes. Ganhou porque foi mais eficaz do que o seu opositor a comprar votos, o vencido percebeu tarde que não lhe bastava a notoriedade dos apoiantes para ganhar, precisaria dos votos que decidiriam o vencedor e estes postos estavam à venda por baixo preço. Temos, portanto, o maior partido português a apresentar um candidato a primeiro-ministro que tem como maior virtude o facto de ter sido mais eficaz do que o seu opositor a comprar votos, de ter sido mais esperto. Menezes não venceu debates políticos, não apresentou projectos, lidera o PSD porque ganhou uma OPA rasca, uma opa com as acções a valer um euro por mês. Feitas as contas, Menezes ganhou por 4.000 votos, isto é, se cada voto comprado correspondia a dois anos de quotas por pagar o novo presidente do PSD apenas teve que investir mais 96.000 euros, menos do que seria necessário para comprar uma taberna de aldeia.Em termos futebolísticos o PSD vale menos do que uma equipa que disputa a permanência num campeonato regional, os 90.000 euros investidos por Luís Filipe Menezes não dariam para o relvado novo do Estádio de Alvalade. Portanto, o PSD vai apresentar a candidato a primeiro-ministro o equivalente a um presidente de um clube da regional.É assim o campeonato da política portuguesa, enquanto os bons dirigentes preferem as equipas da privada, os clubes do campeonato nacional são liderados por chicos espertos que adquirem o estatuto de candidato a primeiro-ministro por muito menos do que custa uma taberna.

15.10.06

ALFRAGIDEXXI.BLOGS.SAPO.PT

3.8.06


A memória pesa.

Pesando, resiste a adormecer no esquecimento. E dói se deitada sobre almofadas de tabu. Porque, se recalcada, não há morfina que iniba o efeito maldoso do pesadelo da memória. E, se obrigada a dormir à força, quantas são as vezes em que a memória nos acorda e espanta com o seu ressonar…

Por cá, andamos às voltas com os sítios da tortura e ignomínia pidesco-salazarista para ver se se arranja um sítio condizente para se deitar a memória, sem a esquecer, do meio século português em que a prisão e a tortura ocuparam o lugar da liberdade. Parece que não pode ser na antiga sede da “prestimosa” onde se davam os “safanões a tempo”, agora destinada a servir de tugúrio de luxo a ilustrar o Chiado. Para ali estarão destinadas camas finas e de bom sossego, não para se deitar, ou sequer sentar, a malfadada memória que tem o risco de perturbar a direita portuguesa de hoje, recordando-lhe, num qualquer propósito despropositado, que receberam uma herança de vergonha dos seus ascendentes trogloditas. A coisa estará encaminhada para que a memória da ditadura se sente e se exponha, pelo menos com algumas das suas partes, no Aljube em Lisboa e na sucursal da PIDE na Rua do Heroísmo, no Porto. Já é qualquer coisa entre tanta desmemoria conseguida.

Ao nosso lado, o governo Zapatero, finalmente e no 70º aniversário da mortandade iniciada com o golpe de Franco, aprovou uma lei que contempla alguma reparação de injustiças longas e fundas pela forma como se incensaram os vencedores e se aviltaram os vencidos. Agora, já se podem recolher as ossadas dos fuzilados despejados em valas comuns, vão ser retirados os vómitos toponímicos da exaltação franquista e que poluem praças, avenidas e ruas de Espanha, o “Vale dos Caídos” (em Gadarrama às portas de Madrid) vai ser “reconvertido” da sua parcialidade, passando de monumento católico-fascista de exaltação ao “Caudillo de Espanha pela graça de Deus” a memorial de respeito por todas as vítimas da guerra civil de Espanha e da ditadura de Franco. Nada mau, nada pouco. Claro que esta medida, corajosa mas aquém de tudo quanto seria justo, despertou sentimentos adversos. A extrema-esquerda queria mais. A direita e extrema-direita (que, em Espanha, se misturam num mesmo Partido) queria nada. Ou seja, queriam a continuação do silêncio. Porque as suas vítimas não estão insepultas e deram-se prebendas a eles ou seus descendentes, porque gostarão de passear e “tomar una copa” em “calles” evocando Franco, José António e seus émulos, finalmente porque sabem que a recuperação da memória lhes mostra os rabos de palha com que, hoje, participam no jogo democrático que, quando do poder absoluto, sempre negaram a outros. Enfim, entre os dois termos na desforra ou no prolongamento do “esquecimento”, Zapatero (filho de um fuzilado por Franco), mais uma vez, talvez sábia e sensatamente, escolheu traçar uma lei de risco a meio (mas honroso e corajoso).

Olhando para a manifestação da “opinião pública” portuguesa, tirando uns tantos que resistem aos malefícios da amnésia colectiva, ou assistimos aos silêncios da ignorância ou da conveniência, ou então encontramos ecos do inconformismo com o despertar da memória. Vasco Pulido Valente, cada vez mais competindo com o estatuto de inimputabilidade de “enfant terrible” já outorgado ao Jardim da Madeira, vocifera que transformar a memória dos tempos do salazarismo em Museu é parvoíce (tirando ele, poucos serão os não parvos). Mário Pinto, professor e colunista no “Público”, genuíno representante da eterna direita católica, silencia (diplomaticamente?) o que por cá se reclama e pré-anuncia, para zurzir nos “malefícios” de Zapatero em mexer na memória da guerra civil, reproduzindo integralmente a mentira de propaganda das hostes católico-franquistas – “foram os rojos, com os seus abusos, que provocaram a guerra em Espanha” (sua última crónica no “Público” da passada segunda-feira). Ou seja, setenta anos passados, nada aprendeu nem quis aprender e muito menos aposta no remorso, confissão e penitência, pela forma como a Igreja Católica apoiou e sustentou a mortandade espanhola e os crimes do franquismo. Talvez tenha hábito, sustentado por décadas, de rezar na missa diária celebrada no “Vale dos Caídos” pela vitória do franquismo e glória celestial dos seus combatentes e, agora, lhe custe a reconversão da Basílica ímpia. Talvez. Que aproveite, ele e outros mais, as missas celebradas por dominicanos a separar os "santos" dos "pecadores" e antes que as obras comecem.